Conheci Robert na adolescência, uma fase confusa, cheia de fantasias e
dúvidas. Crescemos e amadurecemos juntos, compartilhamos sonhos, sonhos que
foram se realizando no decorrer das nossas vidas, enfrentamos dificuldades,
medos , mas, sempre tivemos o apoio um do outro. Quando um pensava em desistir,
o outro não deixava. O sorriso de um era
o sorriso do outro, e a tristeza de um, também, era a tristeza do outro. Robert
era minha caixinha de segredos, um confidente. De amigos inseparáveis, partimos para uma
paixão intensa e ao mesmo tempo uma grande aventura. Nunca imaginei, que Robert
tivesse algum interesse em mim . Ele não tinha, de início, claro. Mas, chegou
um momento que precisávamos tanto um do outro, que só a amizade não era o
suficiente. Nós conhecíamos o suficiente
para nós dois sabermos que além de grandes amigos, poderíamos nos tornar duas pessoas que se amavam
intensamente. E foi lindo. Ele me conhecia da cabeça até pontinha do meu
dedo do pé , fazia tudo pra me ver sorrir, ele, sabia tudo que eu gostava,
minhas manias e tudo que eu detestava. Não éramos iguaizinhos, como par de
jarras, risos, tínhamos diferenças, tais, que nós completavam e nos acrescentavam
nos tornando pessoas melhores. Não existe isso de pessoas diferentes não darem
certo. Já viu alguém que seja exatamente igual ao outro ? Quem quer um clone ?
Eu não quero. Aprendi muito com nossas diferenças. E isso me fez tornar a
pessoa que eu sou, mais madura, mais mulher, que aquela adolescente com seu
amigo inseparável, que hoje é seu grande amor.
Mas, como, toda
novela mexicana, aconteceu o que eu jamais achei que iria acontecer. Robert
teve que se mudar para o exterior, e eu
o amava o suficiente, para deixá-lo partir, deixá-lo seguir o caminho dele. Ele
merecia tanto ser feliz, e ele queria tanto isso ! Ele me chamou para ir com ele, mas, eu não
tinha condições financeiras e nem reais para poder ir , tinha muitos afazeres,
ainda estava na faculdade, com um estágio bacana, e ainda, tinha a minha
família. Como se deixa tudo, pega um avião e vai embora sem rumo, sem direção e
sem dinheiro né ?
Robert foi embarcar
em um dia chuvoso, pra combinar com meus olhos , e com meu humor . Dia de
lágrimas, despedida . Eu ia perder o amor da minha vida, talvez pra sempre,
mas, não queria parecer egoísta . Pra
piorar era o dia do meu aniversário, completava 24 anos de vida. Sentia uma
coisa por dentro, e eu não queria que ele se sentisse culpado. Aliás, até , do
meu aniversário ele esqueceu. Ele sempre se lembrava. Me senti descartada.
Ele pediu que eu
fosse despedir dele , pessoalmente, no
aeroporto . E eu fui . Fui sozinha,
tentei ligar pra todo mundo, minhas amigas, primas, mamãe e papai. Me sentia
sem refúgio. Não gosto de ficar sozinha em nenhum momento.
Mas, fui . Cheguei no
aeroporto, vi um movimento meio estranho, mas, entrei e procurei ele . De repente, uma surpresa,
surgem meus familiares, e em meio a todos, Robert, com uma placa enorme escrito
assim: . - ‘’ Larga tudo e vem ser feliz
. Quer casar comigo ? “. Eu morri de vergonha, o Aeroporto todo se encantou.
Ele me entregou um envelope, havia, duas passagens para a França. E iríamos nos
casar lá de verdade. Dá pra acreditar? Fiquei em prantos de felicidade, meu coração
acelerava, era uma emoção, uma coisa linda que eu senti , até, minha mala
estava pronta, sem eu saber. Meus pais me apoiavam . Achei que todo mundo tinha
esquecido do meu aniversário e agora eu vou me casar, morar no exterior , e
viver algo que nem em sonho eu pensava. Abracei
forte todo mundo que eu amava, prometi
que nunca ia deixar eles, e que sempre ia comunicar com eles . Parte de mim
ficou, mas, eu precisava ir . Eu precisava abraçar essa oportunidade de ser feliz
que a vida me proporcionou . Eu larguei tudo, e fui brincar de ser feliz. Parece loucura, mas, a vida é tão curta pra
não se submeter a aventuras.
Texto : Bianca Dias
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